Quase todo casal que faz uso de técnicas de fertilização in-vitro (FIV) para engravidar se depara com a
dúvida: a FIV tem alguma influência com relação a defeitos
de formação.
Será que a utilização de tecnologia, mesmo que de alta
performance, em uma situação tão frágil e complexa como a vida humana nos seus
primeiros dias, poderia acarretar um maior risco de malformações nas crianças?
Esta hipótese é motivo de estudo já a alguns anos, pois há
o compromisso da medicina em relação à segurança dos procedimentos oferecidos.
Por este motivo, todas as crianças nascidas da técnica de FIV são
criteriosamente acompanhadas desde o nascimento até a vida adulta.
É muito importante
esclarecer que a formação embrionária na espécie humana pode sofrer alterações
provindas dos óvulos, dos espermatozóides, ou aleatórias (que surgem ao acaso),
e que podem levar ao desenvolvimento de bebês com malformações congênitas. Este
risco existe em qualquer gestação, independente de ser espontânea ou por tratamento
de reprodução assistida, em qualquer população, e em qualquer idade, sendo
porém aumentada em mulheres mais velhas; aí sim tem maior incidência.
Incluindo desde as alterações mais simples até as malformações
congênitas maiores, este risco apresenta-se em 2 a 5%, com pequenas variações
entre os estudos.
Outro ponto importante a ser lembrado é que a população de
casais que recorrem à FIV já tem um fator de risco médico que é a própria
subfertilidade, nas suas mais variadas causas. Além disso, a faixa de idade
desta população, principalmente das mulheres, é na média superior à de casais
férteis. Porisso, um pequeno aumento de risco de alterações nos bebês destes
casais poderia se dever a estes fatores, e não ao tratamento de FIV em si.
Houve estudos no qual compararam o resultado de gravidez
(condições físicas e neurológicas da criança), ou seja, o risco de malformação
congênita, em casais cujas mulheres receberam tratamento de reprodução
assistida (FIV), mulheres que tiveram gravidez espontânea mas tinham filhos
anteriores nascidos de FIV, mulheres com história de subfertilidade mas que
engravidaram sem tratamento, e mulheres sem história de subfertilidade que
engravidaram espontaneamente.
Os resultados encontrados mostraram que o risco geral de
malformações em gravidezes que não envolveram reprodução assistida foi de 5,8%,
comparado com 8,3% nas gravidezes que envolviam a reprodução assistida.
Casais com história de subfertilidade, tenham ou não
recorrido aos métodos de reprodução assistida, tiveram um risco um pouco maior
de bebês com alterações, comparando com casais de fertilidade normal.
Importante também citar que nos casos de FIV que
utilizaram a técnica da ICSI (injeção citoplasmática de espermatozóides), o
risco de malformações foi um pouco
maior. A ICSI geralmente é utilizada nos casos de alterações graves da produção
de espermatozóides, e acredita-se que este fator contribuiu para este
resultado, podendo estar relacionado a alterações no cromossomo Y destes
homens. Entretanto, destacam os pesquisadores, mais estudos são necessários
para confirmar definitivamente esta associação.
O acompanhamento rigoroso e
vigilância sobre todos os procedimentos, e sobre os bebês da reprodução
assistida continuam.
FABÍOLA PECE comenta: Em minha opinião, acho interessante
sabermos desses dados a nível de curiosidade, porém como explicado acima, as
mal formações não tem relação direta com os procedimentos e sim com a causa que
levou os casais a tais procedimentos, como idade mais avançada e históricos
clínicos de subfertilidade.
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