Tireóide
e infertilidade feminina
Em princípios do século passado, por volta de 1920, os médicos tiveram acesso à
medicação que corrigia a deficiência da glândula tireóide: era o extrato de
glândulas tireóides obtidas, em geral, de animais como bovinos e suínos.
Nesse tempo, sabia-se por conhecimento empírico, sem base científica sólida que
o comprovasse, que muitas mulheres, com dificuldades para conceber e, mesmo,
para manter a gravidez além do terceiro ou quarto mês, se beneficiavam do uso
de extrato de tireóide (também conhecido como tireóide dessecada).
Ficou,
então, registrado que a tireóide teria ação benéfica tanto para elevar a
possibilidade de concepção quanto para garantir a manutenção tranqüila da gravidez
até o parto.
Com o passar dos anos, novas descobertas, como a síntese dos dois hormônios da
tireóide, a tiroxina (T4) e a tri-iodo-tironina (T3), proporcionaram grandes
avanços de conhecimento. Os exames para detectar deficiência da tireóide (hipertireoidismo)
também se tornaram mais seguros e de fácil execução. Com o desenvolvimento de
várias áreas paralelas, notou-se que parcela ponderável das mulheres com
dificuldade de conceber também teriam deficiência parcial das funções da
glândula tireóide.
Um problema crescente
A infertilidade feminina é definida pela dificuldade da concepção após 12 meses
de vida conjugal normal (isto é, atividade sexual com parceiro dotado de amplo
número de espermatozóides). Esta definição foi lançada após estudo de 5.574
mulheres com condições de vida sexual normal. De acordo com o estudo, 50%
estavam grávidas em 3 meses, 72% em 6 meses e 80-90% em 12 meses.
Portanto, infertilidade absoluta (falta de espermatozóides por parte do
parceiro, menopausa prematura, obstrução tubária) ou sub-fertilidade atingiriam
cerca de 10% das mulheres.
Outros fatores femininos também são importantes como endometriose (em estado
avançado), deficiência de ovulação, problemas tubários e outros. É preciso
levar-se em consideração, porém, que grande número de mulheres atualmente
começa a pensar em gravidez depois dos 30 anos por motivo de carreira
profissional. Isso também pode levar a uma menor probabilidade de concepção.
As doenças da tireóide que levam ao hipotireoidismo também se manifestam após
os 30, 40 anos. Isto porque estas doenças têm fundo genético e os genes se
manifestam, geralmente, após três ou quatro décadas de vida. É nesta fase da
vida que a tireóide costuma falhar.
Falta de função da tireóide
Vamos começar por noções básicas. O ciclo menstrual e a ovulação são
influenciados pela concentração adequada de hormônios da tireóide. Tratamento
com L-Tiroxina, muitas vezes, melhora o índice de ovulação – fato fundamental
para que ocorra a concepção. Em mulheres com problema de fertilidade a
ocorrência de tireoidite crônica, isto é, inflamação crônica da tireóide, é
muito maior do que em mulheres que conceberam normalmente. A correta função da
tireóide é importante para a implantação do embrião e nos três meses de início
da gestação.
O nível adequado de hormônio da tireóide é considerado essencial para as doze
primeiras semanas de gestação. Mulheres com hipotireoidismo têm mais chance de
perder o bebê, na proporção de 3 para 1, comparativamente a mulheres com função
tireóidea normal. Durante toda a gravidez os hormônios da tireóide são
essenciais para manutenção da gestação e a transferência de parte do hormônio
da tireóide do lado materno para o feto por meio da placenta.
Principalmente no último trimestre da gravidez esta transferência é essencial
para o correto desenvolvimento do cérebro da criança. No caso de haver
hipotireoidismo nas últimas 10 ou 12 semanas da gravidez, a criança terá acesso
a menos hormônio da tireóide, o que poderá acarretar dificuldades
A tireóide durante a gravidez
Doenças de tireóide, tipo tireoidite crônica, atingem cerca de uma em cada seis
mulheres ao redor dos 30, 40 anos. Mulheres com diagnóstico de infertilidade
que procuram clínicos de reprodução assistida devem fazer exames para avaliar a
função tireóidea. No caso de se comprovar deficiência da glândula, impõe-se o
tratamento, o qual deverá ser seguido durante toda a gravidez, proporcionando à
criança o hormônio tireóideo materno que tanto necessita. Possíveis seqüelas
neurológicas serão evitadas se esta conduta terapêutica for seguida.
Este BLOG foi criado para que nele sejam encontradas orientações claras e objetivas, auxiliando aos casais que enfrentam este problema tão comum hoje em dia que é a INFERTILIDADE. Dedico a existência deste trabalho ao meu filho MAXIMUS, fruto da minha persistência e esforço. Gostaria que vocês me enviassem sugestões de temas a serem abordados diretamente em meu e-mail (fabiolafreire@gmail.com)ou no formulário abaixo para mantermos o sigilo.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário