02 agosto 2013

O problema financeiro da Reprodução Humana

No Brasil, aliás, estima-se, de forma subestimada, que mais de 278 mil casais tenham dificuldade para gerar uma criança em algum momento de sua idade fértil.
Temos apenas 8 serviços que realizam tratamentos no Sistema Único de Saúde, atendendo a dois mil casos ao ano. O tempo de espera é tão grande que, na prática, condena milhares de casais acometidos por infertilidade a nunca terem filhos.
A estimativa é que até 15% dos casais no país sejam inférteis, mas esta porcentagem varia de acordo com o local e a população em questão. No continente africano, essa porcentagem vai a 30% ou 35%. Na Europa, cerca de 10%. Fator muito importante para avaliar esses dados são as doenças sexualmente transmissíveis, que levam a infecções responsáveis por obstruir as trompas e inviabilizar a gestação. Em populações socioeconômicas menos favorecidas, sem acesso a abordagens adequadas para prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), com maior suscetibilidade de abortamento provocado por condições impróprias de saúde, a taxa de fertilidade é expressivamente menor.
Diante da dificuldade de acesso aos tratamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde, casais com problema de infertilidade recorrem à rede suplementar e se deparam com a falta de cobertura por parte dos planos e operadoras de saúde.
Logicamente, as empresas de saúde privada acabam por optar pela regra que mais lhes convém, negando o acesso a seus usuários, restringindo a cobertura apenas aos métodos contraceptivos como o DIU, a laqueadura e a vasectomia.
Restam à população, portanto, as opções de reprodução assistida ofertadas pelo SUS, infelizmente ainda muito restritas. No Estado de São Paulo, por exemplo, há o Centro de Referência da Saúde da Mulher Hospital Pérola Byington, que oferece tratamentos de fertilização a partir do núcleo de Reprodução Humana. Há, também, o Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); o Hospital das Clínicas de São Paulo, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (USP) e a Santa Casa de Misericórdia, entidade filantrópica. Todas as instituições financiadas pelo governo estadual, e não pela esfera federal.
 A procura por um tratamento para infertilidade em instituições públicas é marcado por filas de espera que chegam a durar anos, visto que os serviços não comportam a demanda. A situação seria preocupante por si só, mas há de se considerar que a idade é um fator absolutamente determinante.
À medida que o tempo passa, a fertilidade da mulher é reduzida. Este processo se intensifica a partir dos 35 anos de idade. Baseado nisso, o Conselho Federal de Medicina estabeleceu algumas normas para fertilização: a partir dos 40 anos da idade, podem ser introduzidos até quatro embriões; entre 36 e 39 anos, três; e até 35 anos, o limite são dois embriões. É uma tentativa de compensar o déficit que aumenta progressivamente com o passar dos anos.
Caso a opção seja por clínicas particulares especializadas em reprodução assistida, o grande obstáculo é o alto-custo dos procedimentos.
Diante da falta de opção a grande parte dos casais, que não têm tempo para aguardar a fila de espera pública, tampouco condições financeiras para optar pelo tratamento particular, as sociedades médicas se mobilizam para colocar em debate esse tema, sensibilizando a opinião pública por meio da exposição do problema, que atinge milhares de casais brasileiros com dificuldades para gerar um filho, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Essa questão vai além da saúde reprodutiva e se estende às esferas física, social e psicológica. É imprescindível que os planos de saúde atendam, também, às repercussões decorrentes das complicações associadas à fecundação, compreendendo que esta questão pode interferir de forma importante no bem-estar físico e psicológico das pessoas.
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FABÍOLA PECE comenta: Hoje ainda existem projeto que repassam valores reduzidos, mas antes pessoa, as opções eram: ou SUS ou particular.

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