08 janeiro 2013

Transferência de Embriões


A fertilização in-vitro (FIV) é um procedimento que acontece em várias etapas que devem ser cumpridas de maneira otimizada para alcançarmos a tão esperada gravidez.
A implantação dos embriões no útero, é o último passo e mais importante do processo, pois dependendo do resultado deste passo se terá ou não o objetivo almejado.
No dia em que ocorre a fertilização no laboratório chama-se de o dia “zero” ou D0.
No dia seguinte, chamado de D1, é informado ao casal quantos embriões se formaram. Esta informação se baseia na visualização, em laboratório sob microscópio, da célula inicial do organismo: o zigoto.
O ZIGOTO E A CLIVAGEM EMBRIONÁRIA
Este organismo, o zigoto, é a célula inicial do corpo humano. É uma célula toti-potente, pois dela irão se formar todas as células, tecidos, órgãos e sistemas do corpo humano .O zigoto, logo que formado começa a se dividir em outras células (chamadas blastômeros), em um processo que chamamos de clivagem. Inicialmente se divide em dois blastômeros. Cada dois em mais dois, e assim por diante, em progressão geométrica.

O acompanhamento laboratorial dos embriões ocorre exatamente pela avaliação deste processo de fertilização e posterior clivagem. Desta maneira é que estimamos a viabilidade do embrião, sua qualidade, e potencial de implantação no útero. Em geral, no dia 2 (D2) após a fertilização o embrião deve ter de 2 a 4 células ou blastômeros. No D3, os embriões de boa qualidade têm em torno de 8 células.
São pontos positivos avaliados nesta análise:
-clivagem embrionária no tempo certo (levando a número de células adequado para o dia de desenvolvimento); 
-divisão celular harmônica e equilibrada (levando à simetria dos blastômeros) ;
-ausência de fragmentação embrionária (pedacinhos de citoplasma das células que derivam de divisões celulares não –equilibradas).
Após o estágio de 8 a 10 células, atingido por volta do D3, as divisões celulares ficam cada vez mais rápidas, e logo se perdem os limites entre as células. Passamos a ver um aglomerado de células, e dizemos que o embrião está compactando. O embrião atinge então o estágio de MÓRULA, normalmente no D4.
O BLASTOCISTO
No D5 de desenvolvimento embrionário, o embrião atinge a fase de BLASTOCISTO. Neste momento começam a se diferenciar dois grandes grupos de células no embrião: o ectotrofoblasto, e a massa celular interna
A massa celular interna do blastocisto vai se diferenciar levando à formação de todos os tecidos do embrião. Nesta fase, este conjunto totipotente de células representa a mais rica fonte das chamadas células-tronco embrionárias.

Nesta fase, embrião está expandido. No D5 ou no D6, o embrião começa a fazer o processo de ruptura da zona pelúcida – um fenômeno chamado de hatching. A zona pelúcida é uma membrana rígida que protege os estágios iniciais da vida, desde o óvulo, até a fase de blastocisto do embrião. Todas as divisões celulares iniciais, até este momento, ocorrem dentro desta cápsula protetora. Para que se implante no útero, o embrião deve sair deste invólucro, fazendo literalmente um buraco nesta camada e se esgueirando para fora da zona. Assim vai se posicionar sobre o endométrio e iniciar o processo de implantação.

Em condições naturais (gravidez espontânea) o hatching ocorre quando o embrião, após percorrer toda a trompa, chegou ao útero, que corresponde ao quinto ou sexto dia pós-fertilização. 
No laboratório podemos observar o início deste processo se acompanhamos o embrião até o D5 ou D6, mas devemos imediatamente transferir o embrião ao útero se o hatching espontâneo começa a ser observado. Quando o embrião é transferido no D2 ou D3, muitas vezes se faz o chamado “assisted hatching”, ou hatching assistido: uma maneira de se adiantar o hatching natural.

QUANDO TRANSFERIR?

A transferência embrionária na FIV é realizada, na maioria das vezes no D3, quando o embrião, em condições ideais, está com 8 células. Pode ser realizado no D2 nos casos de pequeno número de embriões, ou nos casos de menor chance de gravidez, como idade materna avançada ou baixa reserva ovariana.
Nos casos em que existe um número grande de embriões de boa qualidade no D3, pode-se estender a cultura até a fase de blastocisto. Isto permite uma melhor seleção embrionária para transferência dos melhores embriões, e com isto  sua diminuição do número de embriões transferidos, mantendo a mesma chance de gravidez, o que permite reduzir taxa de gravidez múltipla. 
Existem alguns estudos científicos, inclusive, que afirmam ser esta fase (blastocisto) a fase ideal de transferência embrionária, pois é mais semelhante com o que ocorre na natureza – embrião na cavidade uterina no D5 ou D6, e proporcionaria maiores chances de gravidez.

FABÍOLA PECE comenta: A ciência tenta chegar cada vez mais próximo da natureza, pois quanto mais  parecido com o ambiente natural, melhores as chances. Porém, existem muitas variáveis e situações ímpares que devem ser avaliadas isoladamente. O seu médico será sempre a melhor pessoa  a te aconselhar a melhor forma.

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