O uso em pesquisas de embriões congelados só se torna possível com o consentimento do casal que fez fertilização in vitro e obteve embriões excedentes de boa qualidade.
Para quem não sabe, a célula-tronco pode se transformar em qualquer célula do corpo e se torna uma promessa na solução para doenças que hoje ainda não tem cura. No Brasil, o estudo dessas estruturas só é permitido em células adultas.
Muitos casais tem dúvida sobre qual será o destino dos seus embriões congelados em clínicas de reprodução assistida. Porém não há motivos para preocupação, pois a experiência de células-tronco usando os embriões destes casais só se tornará um fato com o consentimento do casal.
Para realizar a FIV, o médico colhe ao menos um óvulo para fecundá-lo com o espermatozóide e implanta-lo no útero. Com as chances de gravidez com apenas um óvulo fecundado são de 12%, os médicos têm de fecundar diversos óvulos, para aumentar as chances. Para isso a mulher recebe medicamentos que estimulam os ovários a produzir vários óvulos.
Para realização da FIV, são fecundados vários óvulos. Como o Conselho Federal de Medicina (CFM) orienta que quatro é o número máximo de embriões que podem ser implantados no útero, o restante é congelado para ser usado novamente, caso a mulher não consiga engravidar na primeira tentativa ou queira ter outro bebê no futuro.
Como muitas delas optam por não ter mais filhos, há uma tendência a sobrarem embriões. E , por lei não se pode descartá-los sem autorização do casal.
Entenda melhor:
Todos nós, seres humanos derivamos de uma única célula, o zigoto, formada após a concepção – fertilização do óvulo pelo espermatozóide.
O zigoto se divide até que, por volta do quinto dia após a concepção, está formado um aglomerado de células, chamadas de blastocisto.
O blastocisto é menor do que um grão de areia e contém dentro de si uma massa interna de células que são chamadas de células-tronco embrionárias.
Esse blastocisto, se implantado no útero, se transforma em embrião e posteriormente em um ser humano.
Se o blastocisto for usado para pesquisas, ele é destruído assim que se retiram as células-tronco. A capacidade mais impressionante da célula-tronco embrionária é sua habilidade de gerar todos os tipos de células funcionais adultas como:
- pele
- músculo cardíaco
- sangue
- tireóide
- nervosas (neurônios)
- musculoesqueléticas
- alveolares (pulmão)
- pigmento
- hepáticas (fígado)
- pancreáticas
DÚVIDAS:
O casal que decide tentar a fertilização in vitro para ter um bebê, assina um termo por escrito informando o fim que deseja dar aos seus embriões excedentes. Eles podem mantê-los congelados para posterior uso próprio , ou doá-los a outro casal que não possa ter filhos.
O procedimento é o mesmo, com a diferença que, ao assinar o termo informando o destino dos embriões excedentes, o casal pode optar por doá-los para pesquisas com células-tronco embrionárias. Os casais que já têm embriões excedentes congelados há mais de três anos poderão informar à clínica de reprodução assistida o desejo de doá-los para estudo.
Devem procurar a clínica em que seus embriões estão congelados e manifestar seu desejo de doá-los para pesquisa.
Dúvidas:
Quem pode congelar embriões?
Qualquer casal que necessite ou venha a necessitar de fertilização in vitro para ter um bebê. Mesmo que a mulher não tenha conseguido engravidar, o casal pode manter os embriões congelados por tempo indeterminado caso tenha o desejo de tentar novamente mais tarde.
· É possível fazer fertilização in vitro apenas para doar embriões para pesquisa?
Não. A orientação do Conselho Federal de Medicina (CFM) diz que as técnicas de reprodução assistida só devem ser usadas para produzir gravidez.
· Céluas-tronco embrionárias vêm de fetos abortados?
Não. Elas são retiradas de embriões que atingiram o estágio de blastocisto - de três a cinco dias após a fertilização do óvulo pelo espermatozóide – que não foram implantados no útero humano. No desenvolvimento humano, um embrião só é considerado cientificamente um feto a partir da sétima semana de gestação.
FABÍOLA PECE comenta: É sem dúvida, um avanço maravilhoso este estudo de células-tronco. Isto possibilita a substituição de qualquer órgão que esteja comprometido, uma tábua de salvação para muitas pessoas. Porém, isto ainda é uma situação delicada, muitos casais não querem abrir mão dos seus embriões congelados, pois se sentem culpados de destruírem os blastocistos excedentes por acharem que estão acabando com a vida deles. Isto ainda é uma polêmica. Mas acho sempre válido pensarmos que se não permitirmos a ciência avançar, estes benefícios gerados pelas pesquisas com células-tronco nunca serão colocados em prática.
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