21 maio 2013

Infertilidade Masculina e a possibilidade de reversão


Hoje, os estudos mostram que varicocele, infecções e disfunções hormonais são causas reversíveis na infertilidade masculina. Problemas maiores são com casos clínicos de homens que não apresentam o número e a qualidade dos espermatozóides adequados, sem esquecer os casos de infertilidade sem causa aparente, aqueles em que homem e mulher tem as condições necessárias para a gravidez, mas ela não acontece.
Dúvidas comuns:

- Como se inicia o processo diagnóstico de um homem que não consegue engravidar sua parceira?


A avaliação começa pelo levantamento do histórico clínico do casal. Sabe-se que para conseguir a gravidez é preciso que o casal tenha relação sexual, em média, três vezes por semana, em dias alternados,   no período fértil durante 1 ano. . Este prazo reduz-se para 6 meses quando a mulher está além dos 35 anos. Depois desse tempo, procura-se identificar algum possível problema que esteja atrapalhando a gravidez ,solicitando um espermograma  (no caso  do homem) para determinar a quantidade e a qualidade dos espermatozóides ejaculados. 

- Que tipo de informação pode ser obtida da análise do espermograma? 

A quantidade do número de espermatozóides que o homem ejacula. O normal é ter 20 milhões de espermatozóides por mililitro de esperma e que 50% deles sejam móveis, isto é, tenham a capacidade de sair da vagina e chegar à trompa para encontrar o óvulo; 20 milhões, entretanto não é uma regra. Muitos homens com número menor de espermatozóides conseguem engravidar a mulher, se ela for jovem e tiver boa fertilidade, compensará a deficiência masculina. Como depois dos 35 anos, a fertilidade feminina começa a cair, aí, sim, o homem tem de produzir espermatozóides em quantidade e qualidade adequadas. 

-O tempo é um empecilho somente para a mulher ou para o homem também? 

Não. A mulher nasce com a quantidade exata de óvulos que utilizará durante a vida. Ela chega à menopausa porque a produção de óvulos se esgotou. Já o homem começa a produzir espermatozóides na puberdade e continua produzindo até morrer. Porém,  algumas doenças e o uso de certos medicamentos podem alterar isso, mas um homem com saúde tem todas as condições de continuar fértil aos 85 anos.

- Desequilíbrios hormonais masculinos podem afetar a produção dos espermatozóides? 

A hipófise, uma glândula situada no cérebro, produz dois hormônios que são mandados para os testículos: o LH com a função de produzir testosterona e o FSH, com a função de estimular a produção de espermatozóides. Havendo equilíbrio na liberação desses hormônios serão normais os espermatozóides e os níveis de testosterona. Sabe-se que a existência do FSH é fundamental para a produção de espermatozóides, mas não se sabe como, nem onde funciona esse hormônio dentro dos testículos. Essa é a razão de existirem tão poucos tratamentos para a infertilidade masculina. É possível estimular os ovários da mulher para produzirem mais óvulos, mas nada pode ser feito para aumentar a produção de espermatozóides.

- Existem outras causas de  infertilidade masculina além da  baixa produção ou a produção inadequada de espermatozóides? 

Além dessas, as mais freqüentes são a varicocele e os processos inflamatórios, mas é  possível reverter com tratamento.

- Algum tipo de medicamento pode diminuir o número de espermatozóides? 

Sim, os anabolizantes têm esse efeito. Sua ação é parecida com a da testosterona em doses altas, uma vez que ambos bloqueiam o funcionamento da hipófise e, conseqüentemente, a produção de espermatozóides nos testículos. Em 20% dos casos, esse bloqueio é definitivo, irreversível, porque acaba condicionando um ambiente intratesticular que leva à fibrose do testículo e interrompe definitivamente a produção de espermatozóides. mas é um efeito colateral reversível. 

- Além dos anabolizantes, alguma outra substância altera a produção de espermatozóides?

A maconha altera a motilidade dos espermatozóides. A cocaína, mesmo nos usuários sociais, pode provocar um comprometimento irreversível no túbulo seminífero, região do testículo onde são produzidos os espermatozóides.

- O cigarro também compromete a fertilidade masculina?
O tabagismo masculino está associado à redução na qualidade do sêmen, incluindo concentração de espermatozóides, motilidade, morfologia e efeito potencial na função espermática, além das alterações nos níveis hormonais. O hábito de fumar, com o passar dos anos, favorece um declínio na capacidade reprodutiva masculina de forma progressiva.
- O que pode ser feito, hoje, para tratar a infertilidade masculina? 

O espermograma é um exame cuja precisão depende muito de como foi feita a coleta do esperma. Muitos indivíduos ficam ansiosos na hora de colher o material, não conseguem ejacular adequadamente e o resultado dá bastante alterado. Porisso recomenda-se mais de uma amostra, e de preferência que o exame seja feito num laboratório que ofereça boas condições de coleta . Para diagnosticar a varicocele, o exame é físico, pois  as veias do testículo ficam mais dilatadas do lado esquerdo. Descartada também a presença de infecções e a disfunção hormonal, as três causas que, como citadas acima, podem ser tratadas, escolhe-se qual o tipo de tratamento de reprodução assistida mais indicado para cada caso. 

- Quando os tratamentos de reprodução assistida são indicados? 

Quando a causa da infertilidade do casal é masculina, é o número de espermatozóides: mais de 6 milhões, que indica a inseminação artificial, ou , abaixo de 5 milhões, que indica a fertilização in vitro. Para a inseminação ser viável o homem precisa ter acima de 6 milhões de espermatozóides. Se assim acontece, o ginecologista estimula a ovulação da mulher e, no dia em que dois ou três óvulos estão prontos, por processo bioquímico relativamente simples, separam-se os espermatozóides férteis, que são colocados dentro do útero. Já para realizar a fertilização in vitro, a mulher precisa ser estimulada a produzir mais óvulos, que serão retirados no dia da ovulação. Ao mesmo tempo é feita a coleta dos espermatozóides, que são preparados no laboratório e, em seguida, colocados numa plaqueta junto com os óvulos. Vinte e quatro horas mais tarde já é possível avaliar se houve fertilização. Se tiver ocorrido, depois de 48 horas, os embriões serão transferidos para o útero da mulher. 


FABÍOLA PECE comenta: Hoje em dia, graças ao avanço da ciência existem muitas opções de tratamento. O problema é que muitas vezes compromete o lado financeiro, além é lógico do psicológico. 

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