Pela Lei do Planejamento Familiar as mulheres só
podem fazer laqueadura, respeitando algumas regras: ter no mínimo dois filhos
vivos ou que tenham mais de 25 anos, independentemente de ter ou não filhos.
Entretanto, a prática clínica nos ensina que para se submeter ao
procedimento, as mulheres precisam de muita informação para não se arrepender
depois.
É um método muito radical , no qual é preciso muito diálogo entre o casal e o
profissional de saúde para que esta decisão seja bem consciente. A laqueadura
é um procedimento que apresenta apenas 50% de chances de sucesso em sua
reversão. Em alguns casos, se realizada com cuidados microcirúrgicos, a
laqueadura pode chegar a uma taxa de reversão com 70-80% de incidência de
gravidez.
São poucos os centros de saúde que contam com tecnologia e profissionais
capacitados para realizar a reversão deste procedimento, o que dificulta o
acesso a este tipo de tratamento. Antes de pensar em fazer a laqueadura pense
bem, existem tantos outros meios contraceptivos, como a pílula, o DIU ou os
anticoncepcionais injetáveis
, por que não optar por eles
Muitas vezes a mulher
que faz a laqueadura, na época da
cirurgia, tinha pouca idade e pouca experiência de vida. Geralmente,
estas mulheres não imaginam que podem se casar novamente e que desejarão ter
filhos com o novo parceiro. Só aí então se darão conta do problema que terão
por causa disso. Outras não contavam que
o crescimento dos filhos seria tão rápido e logo o lar estaria vazio. E há
também as mães cujos filhos faleceram. E além das razões particulares, há
também a imposição do marido, as dificuldades financeiras e outros problemas
de saúde, que podem levar a mulher a operar num momento inapropriado.
O Brasil tem um dos maiores índices de laqueaduras do mundo, com 40% das
mulheres em idade reprodutiva - de 10 a 49 anos. Nos Estados Unidos, esse
índice é de 20% e na França, de 6 %.
Tecnicamente, a laqueadura é um método definitivo de contracepção, realizado pela
obstrução das trompas, que liga os ovários ao útero. Existem cerca de dez variações
nas técnicas realizadas nesta cirurgia: queimar as trompas e cortá-las,
colocar anéis de plástico ou clipes de titânio, ou mesmo fazer com fio de
sutura. O procedimento só é recomendado sem restrições para mulheres com
problemas de saúde, tais como diabetes descompensada, histórico de eclampsia
e pressão alta. Métodos definitivos devem ser usados como última escolha,
quando a gravidez implica em risco de vida.
E como é a reversão?
A reversão da laqueadura é chamada
de salpingoplastia; é um
procedimento mais complexo e poucos serviços do SUS o oferecem. Pode ser
realizada por anastomose tubária microcirúrgica, via laparotomia (cirurgia
aberta) ou via laparoscopia (procedimento menos invasivo). Quanto mais jovem
a mulher esterilizada procurar pela reversão, maior é a probabilidade de ela
vir a engravidar no futuro, e quanto menor o tempo de esterilidade, maior é a
chance dela engravidar.
O grau de reversibilidade varia de acordo com a lesão que a técnica cirúrgica
causou. Laqueaduras feitas com anel plástico ou clipes de titânio são mais
fáceis de reverter. Para as pacientes que foram submetidas à salpingectomia
(retirada das trompas), a reversão é impossível.
Porém, após a reversão da laqueadura, em média, as mulheres demoram de 6 a 12
meses para conseguir engravidar, caso a recanalização seja bem sucedida. Mas
o sucesso da cirurgia relaciona-se com vários outros fatores:
o comprimento e a vitalidade dos
segmentos de trompas a serem unidos;
a habilidade do microcirurgião;
a idade da mulher no momento da
cirurgia para reversão;
o método utilizado para laqueadura
tubária;
quantidade de tecido de cicatrização
na região da cirurgia;
qualidade do espermograma do parceiro
e presença de outros fatores de infertilidade.
Além disso, outro fator importante a ser considerado: em uma reversão de
laqueadura tubária, o risco de uma gestação ectópica - gestação que ocorre na
própria trompa - aumenta de 1 em 100 para 5 em 100 gestações. O que significa
que a cada 100 gestações, cinco poderão ser ectópicas. Quando as trompas
reconstituídas não recuperam a função, a alternativa de tratamento seria a
reprodução assistida, por meio de técnicas de fertilização in vitro e
transferência de embriões.
A reversão da laqueadura tubária deve ser considerada como uma opção adequada
na busca de gravidez futura para mulheres mais jovens (<35 anos="anos" font="font">35>
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