Percebi ao longo da minha trajetória que as
mulheres com dificuldade de engravidar começam a se fechar num mundo muito
solitário e frio,em que só se identificam com quem está no mesmo propósito.
Deixam de sair com receio dos comentários alheios, cobranças e sentem-se
inferiorizadas em relação as outras mulheres que já são mães;
pouco dividem com
seus companheiros seus sentimentos de angústia com medo da rejeição do parceiro
, principalmente se a causa da infertilidade conjugal for feminina, podendo levar as pacientes a se sentirem mais
responsáveis pela ausência de filho e culpadas perante o
companheiro. Quando a infertilidade é masculina, a experiência e a resposta
emocional dos homens são diferentes, pois têm que lidar
com as inconveniências do tratamento e atitude dos
outros diante da infertilidade; sentem-se, nessa
situação, responsáveis pela dificuldade que o casal vive. As mulheres, em
alguns casos, abandonam até seus empregos para dedicarem-se exclusivamente aos
tratamentos para engravidar, pois enfrentam um outro problema no trabalho : os
patrões não entendem e acham que a mulher está fazendo “corpo mole”.
Geralmente, as mulheres levam a infertilidade
para outros segmentos de sua vida, uma vez que a situação a ela relacionada é
frustrante e angustiante, gerando muito sentimento de impotência.
O processo terapêutico ajuda muito nessa hora,
pelo menos tenta amenizar um pouco. Algumas pacientes engravidaram justamente
no momento em que se viam produtivas no trabalho e maduras em sua vida pessoal.
A infertilidade interrompe um projeto de vida pessoal e do casal, produzindo sofrimento
psicológico. Para alguns, ter um filho é o principal objetivo
de vida e, nesses casos, o sofrimento decorrente da infertilidade é bem maior.
Ao iniciar o primeiro procedimento de FIV, os
casais mostram-se muito otimistas e superestimam suas chances de sucesso, pois
apostam tudo no tratamento achando muitas vezes que terão certeza de uma
gravidez logo na primeira tentativa.
Após a falha de um primeiro ciclo, homens e mulheres
apresentam aumento significativo de ansiedade e sintomas depressivos após a
transferência dos pré-embriões. Homens e mulheres apresentam níveis normais de
ansiedade, depressão e autoestima, não se evidenciando diferenças
significativas.
Algumas mulheres apresentaram maior
investimento na maternidade,considerando-a algo central para sua
identidade. Para elas, a infertilidade passou a ser o maior problema de suas
vidas e, ter um filho é o objetivo principal, porisso se torna um sofrimento psicológico.
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FABÍOLA PECE comenta: Só quem passa porisso para saber como nós mulheres nos sentimos. Essas cobranças de familiares , amigos e, principamente, a nossa cobrança interior, nos consome, e fazendo uso de hormônios nos tratamentos de FIV , a instabilidade emocional se faz muito presente. Muita ansiedade seguida muitas vezes de frustração e depressão. sem dúvida um acompanhamento psicológico nesta etapa é muito importante.
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